Houve algo que os produtores fizeram de forma equivocada para produzir sementes na safra 2021/22 para safra subsequente? Segundo a Consultora da M. F Zorato – Treinamento em Desenvolvimento Profissional e de Gestão em Qualidade de Sementes, Maria de Fátima Zorato, o que colaborou um pouco para alguns de algumas regiões perderem mais, foi a antecipação de chuva no momento de semear.
“Quem se conteve e aguardou a época certa, teve bem menos ônus e assegurou a qualidade das sementes, enquanto outros que foram ávidos, tiveram descartes significativos em detrimento à qualidade”, diz. “No entanto, infelizmente, para algumas regiões, mesmo fazendo tudo certo, o clima fez acontecer tudo errado”, aponta.
Maria de Fátima Zorato, Consultora da M. F Zorato – Treinamento em Desenvolvimento Profissional e de Gestão em Qualidade de Sementes.
Como corrigi-los?
É preciso ter muita cautela e, de acordo com Maria de Fátima, ocampo pode ter ainda uma condição climática que, no início antecipado, pode gerar uma instabilidade de chuvas e somente depois terá normalidade. “Os custos de produção estão muito elevados e quem perder, terá que amargar resultados negativos. Perder a melhor época de semear para obter maior produtividade intrínseca das cultivares de soja pode comprometer a qualidade do produto, a exemplo do que foi citado que ocorreu na safra atual, sem contar o atraso da segunda safra, a qual tem sido bastante significativa para qualquer produtor e para o Brasil”, explica.
Ela conta que todas as culturas preocupam porque qualquer frustração inicial poderá ser determinante para obtenção de resultados finais, seja para produção de grão ou de semente. “Porém, a cultura mais responsiva às condições ambientais é a soja, sem dúvida. Lotes de sementes mais vigorosas têm maior probabilidade de sucesso, caso o ambiente não seja totalmente favorável na época de semeadura”, afirma.
“Por outro lado, lotes de sementes menos vigorosas apresentam desempenho satisfatório, quando expostos a condições ambientais adequadas”, diz.
Às vezes, lotes de alto vigor são destruídos com práticas pouco recomendadas
No entanto, o que a consultora identifica é que, às vezes, são lotes de alto vigor serem destruídos com práticas pouco recomendadas, como exemplo, profundidade exagerada de semeadura; velocidade de semeadora inadequada deixando falhas, duplos; utilização de produtos químicos para tratar as sementes em doses excessivas, caldas volumosas, ou ainda, utilizar produtos que não são recomendados para tratamento de sementes, entre tantas outras que causam frustrações em todos os lados. “Lotes de vigor mais baixo, as adversidades citadas, podem ser determinantes para o fracasso total da formação de lavoura”, detalha.
Ela finaliza explicando que sua expectativa é boa para todas as grandes culturas.
“Acredito que será um ano muito bom para produzir e o nosso Brasil se consolidar como um país-chave na produção de alimentos mundial”, diz.