A situação da qualidade de sementes da próxima safra

24/11/2022

Na semeadura, já estamos nos aproximando da safra 2022/23. Pelo todo que foi sofrido nos campos de produção de sementes, em razão da La Niña, que trouxe seca severa e temperaturas elevadíssimas para a região Sul e excesso hídrico no Brasil Central e Nordeste, podemos dizer que a grande maioria dos produtores de sementes contou com infraestrutura e equipamentos adjuvantes de um bom trabalho, pessoas qualificadas, treinadas e preparadas para os desafios, demonstrando assim, que mesmo em anos de condições ambientais mais complexas, é possível fazer e entregar o produto com a qualidade aprovada.

Maria de Fátima Zorato, Consultora da M. F Zorato – Treinamento em Desenvolvimento Profissional e de Gestão em Qualidade de Sementes.

Maria de Fátima Zorato, Consultora da M. F Zorato – Treinamento em Desenvolvimento Profissional e de Gestão em Qualidade de Sementes.

Quem explica a situação ao SOLO Seedcast é a Consultora da M. F Zorato – Treinamento em Desenvolvimento Profissional e de Gestão em Qualidade de Sementes, Maria de Fátima Zorato.

Segundo ela, atualmente, pela alta competitividade existente no setor sementeiro, a busca por qualidade tem sido expressiva nas equipes, que contam com laboratórios de análises de sementes para dar suporte nos testes de vigor, evidenciando o que pode se traduzir em problemas no futuro.

“Ficou muito claro como as tecnologias estão favoráveis e contribuindo para administrar melhor as situações adversas à produção de sementes de qualidade”, diz.

Panorama geral da qualidade de sementes por regiões de produção

Mária de Fátima conta que as condições na safra 2021/22 para produzir sementes com qualidade desejada não foi das melhores. Em todos os estados do Sul, inclusive o Mato Grosso do Sul, houve bolsões, ou seja, alguns locais dentro de cada estado, apresentaram maior ou menor problema. “Portanto, dentro do possível, foi separado o ‘joio do trigo’. E o que foi notado é que houve descarte de muitos campos registrados para a produção de sementes. E análises prévias já se sabia que o produto teria prejuízo no potencial fisiológico, que reúne germinação e vigor”, aponta. Mesmo assim, de acordo com a consultora, com a matéria-prima recebida, o descarte no momento de beneficiamento foi bastante significativo também. Um exemplo é o caso da cultura da soja, na qual foram utilizadas máquinas seletoras de cor, para retirada de sementes esverdeadas e mancha púrpura. “Enfim, o que pode ser feito visando preservar o atributo fisiológico, não tenho dúvidas de que fizeram mesmo”, detalha.

Com relação à região do Brasil Central e Nordeste, Maria de Fátima explica que as condições de muita chuva durante toda a fase de produção, inclusive na colheita, também foi motivo de eliminação de campos destinados a sementes, perdas no beneficiamento e mesmo depois com lotes prontos, devido ao dano mais cruel que existe com estas condições, a deterioração por umidade, um dano evolutivo. “Além disso, carreiam fitopatógenos em soja, como Fusarium spp., Phomopsis sp., Cercospora kikushii, entre outros, em outras culturas. Nessas regiões, na grande maioria dos produtores de sementes, os lotes beneficiados estão em armazéns climatizados, onde tem a temperatura e umidade relativa do ar controlados, para preservar a qualidade das sementes e minimizar perdas de armazenamentos”, aponta.

E, ainda, nos dias atuais, ela finaliza explicando que existem muitos Centros de Distribuição (CDs), em locais estratégicos, sobretudo no Mato Grosso, nos quais as empresas sementeiras mais distantes ou de outros estados, podem enviar seu produto e deixar depositado para que o cliente busque o mais próximo da época de semeadura, evitando assim, prejuízos em armazéns inadequados que corroboram para perda da germinação e vigor das sementes.

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